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Viaduto Santa Efigênia

Um dos exemplos da conservação da história urbana de São Paulo é o viaduto Santa Efigênia, ligação entre o Largo São Bento, onde localiza-se o Mosteiro de São Bento e a rua Santa Ifigênia, paraíso dos eletroeletrônicos.



Inaugurado em 1913, o viaduto Santa Ifigênia foi construído em estrutura metálica pré-moldada, importada da Bélgica. Em 1978, o viaduto foi recuperado com peças da mesma empresa que havia fornecido as estruturas originais.
A montagem das peças foi executada entre 1911 e 1913 de acordo com projeto dos arquitetos italianos Giulio Michetti e Giuseppe Chiapori. Já a construção das fundações foi coordenada pelo mestre-de-obras alemão Grundt.

Construção do viaduto

Os responsáveis alegavam que a cidade não dispunha de mão-de-obra especializada para garantir a execução de uma obra complexa como esta, o que tornou-a a obra mais cara executada na época, e o município pela primeira vez aventurou-se a pedir um financiamento - 750 mil libras esterlinas - junto ao governo da Inglaterra.
O objetivo era facilitar o trânsito dos carros e carruagens que enfrentavam a difícil ladeira da Avenida São João, além de melhorar o trânsito dos bondes que subiam a Rua São bento e a Rua XV de Novembro. O novo viaduto possibilitaria o deslocamento entre ambos lados do Anhangabaú.
Atualmente, o viaduto funciona exclusivamente para travessia de pedestres.


Na época, o projeto em estrutura metálica foi escolhido em virtude do uso do estilo art noveau. Assim sendo, a proposta vencedora foi a da Giulio Micheli com projeto bastante detalhado e memorial de cálculo.
Seriam arcos biarticulados, com 51 m entre apoios e flecha de oito metros. A obra foi iniciada no começo de 1911, decorridos vinte anos após a primeira idéia e vencidas todas as barreiras. O viaduto com 225 metros teria tabuleiro superior e seria formado por cinco tramos, sendo 3 centrais com 53.5 metros com flecha de 7.50 metros. O memorial de cálculo justificativo foi da firma Aciéries d´Angleur com minúcias de precisão.

Características do projeto definitivo:

· Dois vãos de 30 metros em vigas retas de alma cheia;
· 3 vãos em arco com 55 metros, com montantes verticais e longarinas de alma cheia;
· Tabuleiro Superior, com cinco vãos independentes;
· Via de transito foi pavimentada com blocos de granito.



O viaduto incluía duas vias de trilhos para bondes “elétricos”, com bitolas paralelas, centradas em relação ao eixo. O sistema estrutural dos três tramos centrais com 53,50 metros compreende arcos com três rótulas, com uma flecha de 7.5 metros, ou seja, entre L/7 e L/8.

Esquema estrutural do viaduto
Os quatro arcos paralelos são formados por vigas curvas em caixão, totalmente executadas em aço laminado e constituídas por duas almas de chapas, ligadas ás mesas formadas por 4 cantoneiras e tiras de chapas, totalmente rebitadas. Com exceção dos guarda corpos em ferro fundido o ferro forjado toda a estrutura foi fabricada com aço laminado.

Elevação do viaduto
Montantes verticais se apoiam diretamente sobre os arcos e são equidistantes de 3,665 metros, formando 15 painéis. Longarinas interligam os topos dos montantes no sentido longitudinal. Existem vigamentos transversais, interligando os quatro arcos paralelos, existindo os necessários contraventamentos verticais e horizontais.
O assentamento das longarinas sobre os pilares, dá-se em um extremo por apoios fixos com rótulas e no outro por apoios móveis, permitindo as variações de comprimento vindas das mudanças de temperatura.


A escolha do sistema de três rótulas, se deve ao fato de ser o sistema que deixa menos dúvidas com relação à distribuição dos esforços.

Além da estrutura, houve grande preocupação com a estética geral do viaduto, que foi concebido em estilo “art-nouveau”. Foi dado um cuidado especial para os guarda corpos e detalhes artísticos, feitos com volutas em ferro forjado, interligados por montantes em ferro fundido com adornos artísticos. Um grande corrimão interliga os topos dos montantes e dá fixação ao conjunto de volutas. As longarinas externas são decoradas com rosáceas de ferro fundido.






Bibliografia


- VASCONCELOS, Augusto Carlos - Pontes Brasileiras - Editora Pini, 2007
- OLIVEIRA, Rodrigo B R S – Os Viadutos do vale do Anhangabaú: Aspectos históricos e estruturais. Disponível em: (www.teses.usp.br/teses/Dissertacao_Rodrigo_B_R_S_Oliveira.pdf)
- Viaduto Sta Efigênia- EMURB-coordenação do prof Antonio Flavio de Mello Lisboa – 1979 – Disponível em: (https://sampahistorica.wordpress.com/tag/viaduto-santa-ifigenia/)
- História dos Viadutos de SP. – Disponível em: (http://www.metalica.com.br/historia-do-aco-viaduto-santa-efigenia)
- Viaduto Santa Efigênia: um resumo. – Disponível em: (http://www.sampa.art.br/cidade/viadutostifigenia/)
- Viaduto Santa Efigênia: Retrato de um período. – Disponível em: (http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=268936)


Esta pesquisa foi feita por: Amanda Maria, Priscila Akiyama, Gabriel Machado, Dirk de Jonge, Rafael Jeronimo e Gustavo Branquinho

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