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Hagia Sophia - Basílica de Santa Sofia

"Constantinopla escolhe, ordena, harmoniza. Por seu passado, pela geografia, pela própria língua de seus habitantes, ela era uma cidade grega, e é a ela que a arte cristã do oriente deverá em breve o que conserva ainda do helenismo, com um certo espírito de medida que tempera os excessos da arte provincial ou oriental. Constantinopla adora a cúpula iraniana e dela faz o elemento essencial da nova arquitetura, mas recusa a basílica abobadada do planalto anatólico. Ele toma do oriente suas técnicas, a decoração policrômica, os elementos da iconografia, o estilo histórico e monumental: mas conserva no ornamento e nas figuras a elegância e uma dignidade em que vê um último reflexo do espírito antigo." Luís Bréhier - Le Monde Byzantin


INTRODUÇÃO

O cristianismo expandiu-se a partir da região de Jerusalém, no século I, até encontrar a região da macedônia. O Império Romano resistiu, até que no século IV, o Imperador Constantino aceitou a religião, promulgando o Édito de Milão. No ano de 380, o Imperador Teodósio instaurou o Cristianismo como religião oficial e obrigatória, a partir do Édito de Tessalônica, perseguindo e destruindo todos os resquícios de outras crenças. Estes acontecimentos marcam o Triunfo do Cristianismo , que dá raízes religiosas e culturais ao Império Bizantino. Em 330, Constantino- pla torna-se a capital do Império Bizantino, tornando-se a capital política e artística.

IMPÉRIO BIZANTINO / ARQUITETURA BIZANTINA

Linha do Tempo

LOCALIZAÇÃO 


Constantinopla está situada entre o Mar de Mediterrâneo e o Mar Negro, localizando-se em uma encruzilhada de importantes rotas marítimas e terrestres. Estava destinada, portanto, a tornar-se simultaneamente um centro político e econômico de primeira grandeza. Durante o Império de Justiniano, Constantinopla tornará-se também um centro artístico. A região possui grande heterogeinidade: além de gregos e romanos, habitarão armênios, capadócios, semitas, egípcios, búlgaros e turcos, não apenas na cidade de Constantinopla como em todo Império bizantino.


Entorno

ARTE BIZANTINA 

 A arte bizantina tem três principais pilares para a sua síntese: o helenismo, o orientalismo e o cristianismo. Na arquitetura, o helenismo traz a presença de colunas com capitéis decorados, sendo uma modificação das ordens gregas. O sistema construtivo também apresenta a influência românica: é utilizado arcos, abóbadas e cúpulas. Com a oficilização do cristianismo no Império Bizantino, surge também a necessidade litúrgica, que faz com que ocorra a febre das construções de igrejas, principal motivo das manifestações artísticas e arquitetônicas. A arte bizantina renega as esculturas e retratos, característicos dos deuses. Utilizam imagens coloridas e lisas, provindas da influência oriental.

A CONSTRUÇÃO DA HAGIA SOPHIA 

Em 532, sob o império de Justiniano, ocorre uma rebelião conhecida como Revolta de Nica, que acaba por destruir de cerca de 2/3 de Constantinopla, inclusive a pequena igreja de Santa Sofia. Justiniano decide reconstruir a cidade como forma de reerguer seu próprio império, período que ficou conhecido como "Idade de ouro de Justiniano". Hagia Sophia foi sua primeira e incomparável construção representativa do poder de seu império. Apenas um mês após a Revolta de Nica, inicia-se a construção da nova Hagia Sophia por Isidoro de Mileto e Antemio de Trales , liderando mais 10 mil trabalhadores. Em seis anos a obra é concluída, sendo inaugurada no dia 27 de dezembro de 537. A pressa para finalização da obra resultou em alguns defeitos estruturais, mas ainda assim a igreja conseguiu representar o motivo pelo qual foi construída: magnitude e beleza que representam o poder do império bizantino.

ARQUITETURA 

A planta da igreja é em forma de cruz grega, fusão da planta basilical com a planta central, com os ambientes dispostos da seguinte forma:

ESTÉTICA 

Como herança da cultura oriental, a Hagia Sophia utilizou de decoração abundante e materiais preciosos, como mármore vindos de diversas regiões, ouro e pedras. Justiniano não poupou gastos visando a magnitude da sua igreja.  As paredes são revestidas em mármore de cores diferentes. As colunadas tem detalhes rendilhados e as paredes superiores têm detalhes em ouro e azulejos coloridos. Juntos, formam um interior magnífico e luxuoso. A cúpula apresenta 40 aberturas próximas de sua base. Sob a iluminação natural, a cúpula parece estar flutuando. A nave central e a abside são utilizadas pelo clero e pela família imperial, portanto são mais iluminadas, enquanto outros setores são menos iluminados, dando sensação de claro e escuro.

ESTRUTURA

A cobertura construída com a combinação de cúpula e semi cúpulas possibilitam maior vão livre e foi uma solução estrutural totalmente inovadora para a época.  Foram utilizados arcos na base quadra- da, onde em cada ápice apoia-se a cúpula.



 Os arcos do lado leste e oeste dão origem às semi-cúpulas, de onde são originadas duas exedras em cada. Desta forma, a direção dos empuxos são distribuídas e se direcionam ao solo.  Ainda assim foram necessárias diversas adaptações estruturais, pois os pilares principais da base quadrada não foram bem calculados. Foi necessário construir reforços extras e contrafortes.  A cúpula principal também foi mal estudada, e em 558, devido à um terremoto de 7.5 na escala richter, a cúpula cedeu. Isto ocorreu não por sua estrutura frágil, e sim porque sob a cúpula propriamente dita foi construído um cilindro de apoio. Na realidade, no terremoto, quem cedeu foi o cilindro e, consequentemente, a cúpula.








CONCLUSÃO

• A arquitetura bizantina edificou o cristianismo na civilização ocidental, e teve origens baseadas em construções greco-românicas, desenvolvendo algumas características, como o uso de capitéis;
• A Igreja de Santa Sofia marcou o Império bizantino de Justiniano por sua magnitude e ostentação;
• Utilizou um sistema construtivo totalmente inovador;
• Apesar de ter apresentado diversos problemas na construção, a igreja de Santa Sofia foi construída utilizando tecnologias avançadas para a época;
• Deu origens a planta em cruz grega com abóbada, que foi muito utilizada no império bizantino;
• Nenhuma outra construção do império bizantino pôde se assemelhar às tecnologias e dimensões de Santa Sophia;

REFERÊNCIAS PARA ESTE ARTIGO

• Documentário Histórico, National Geographic - Obras incríveis - Estruturas Antigas: Basílica de Santa Sofia. Direção Mike Ibeji, 2009.
• KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Tradução por Neide Luiza de Rezende. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. p.15.
• COLE, Emily. História Ilustrada da Arquitetura. Tradução por Livia Chede Almendary. São Paulo: Editora Publifolha, 2011. p.148-165.
•CHING, Francis D.K. Dicionário Visual de Arquitetura. Tradução por Julio Fischer. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000. p.142.
• BENEVOLO, Leonardo. História da Cidade. Tradução por Silvia Mazza. São Paulo: Editora Perspectiva, 2005. p.210-215.
• GIORDANI, Mario Curtis. História do Império Bizantino. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1968.




Esta pesquisa foi feito por Priscila Akyiama, Rafael Jeronimo e Dirk de Jonge

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